Friday, 4 May 2012

Veta TUDO, Dilma. (1)

Up, Down.

Marina Silva.Something is very wrong when the majority of parliamentarians, against the will of the social majority, prefer a model of development that, for quick profit, compromises the future of their country.

The article below was printed in the Folha de S.Paulo on April 27th - reproduced here because the original is (unfortunately) locked. Apologies for my lame translation.

Veta tudo, Dilma.
Marina Silva
Sexta, 27 de abril de 2012.

Algo está muito errado quando a maioria dos parlamentares, na contramão da vontade da maioria da sociedade, prefere um modelo de desenvolvimento que, em razão do lucro rápido, compromete o futuro do próprio país.

O novo Código Florestal aprovado pela Câmara é tudo, menos "florestal". Virou uma regulamentação de atividades econômicas no campo, nas cidades e nos litorais, de forma a dourar a pílula e apaziguar consciências. Está longe de representar equilíbrio, sustentabilidade, respeito às pessoas e aos bens do país.

O que saiu do Senado, tido como de "consenso", já ignorava o parecer das autoridades científicas e de especialistas de diversas áreas. Em nome dele, lideranças de quase todos os partidos classificaram como "radicais" as vozes críticas que defendiam as salvaguardas da legislação ambiental, capazes de garantir a qualidade de vida das gerações presentes e futuras.

As mesmas lideranças, porém, contemplaram os interesses verbalizados pelas outras vozes mais radicais de um Brasil atrasado, que se recusam a entender que desenvolvimento econômico e preservação ambiental são indissociáveis.

Tais escolhas colocam a presidente Dilma diante da tarefa de fazer o que sua base de apoio não fez. Veremos debates nos próximos dias, principalmente sobre o que deve ser vetado. A discussão será algo do tipo: o quão menos ruim o projeto pode ser para não ter um caráter imediatamente fatal.

Como foi aprovado no Congresso, já é praticamente unânime que ele trará implicações nas taxas de desmatamento. Discutir o veto parcial é como avaliar se desejamos colapsar os nossos ecossistemas (e, com isso, inviabilizar nossa agricultura) em 10 ou 20 anos.

O veto deve anistiar os desmatadores ou desobrigar a recomposição de matas ciliares? Deve ser pelo fim dos mangues ou pela redução de reserva legal? Fragilizar as veredas ou as nascentes e mananciais?

Não é isso que deveríamos discutir. Temos todas as condições de liderar o processo de transição para o desenvolvimento sustentável. O Brasil pode ser para o século XXI o que os Estados Unidos foram para o mundo no século XX. Mas são necessárias visão antecipatória e determinação de perseguir nosso destino de grande potência socioambiental. Não é fácil fazer a melhor escolha, porém é na pressão dos grandes dilemas que se forja a têmpera dos que estão afiados a talhar os avanços da história.

A presidente Dilma terá que decidir qual modelo de desenvolvimento quer para o país. Não dá para ter na mesma base de apoio o sonido da motosserra e o canto do uirapuru. Agora, resta a ela usar seu poder de veto ou compactuar com o que está posto.

Chegou a hora da verdade. Veta, Dilma. Veta tudo, não pela metade.
 Veto all of it Dilma.
Marina Silva
Friday April 27, 2012.

Something is very wrong when the majority of parliamentarians, against the will of the social majority, prefer a model of development that, for quick profit, compromises the future of their country.

The new Forest Code passed by the House is anything but "forest". It has become a regulation of economic activities in the countryside, in cities and coastlines, in order to sweeten the pill and appease consciences. It is far from representing balance, sustainability, respect for people or the good of the country.

What came out of the Senate, considered a "consensus", ignored the opinion of authorities and scientific experts in many fields. Leaders of almost all parties classified as "radical" the critical voices who defended the safeguards of environmental legislation, which could guarantee the quality of life for present and future generations.

The same leaders, however, contemplated the interests verbalized by other more radical voices of the old Brazil, who refuse to understand that economic development and environmental protection are inextricably linked.

Such choices present president Dilma with the task of doing what her supporters did not. We will see debates in the coming days, especially on what should be vetoed. The discussion will be something like: how much less bad can the law be made so as not to be immediately fatal.

As approved by Congress, it is virtually unanimous that it will bring implications in deforestation rates. To discuss a partial veto is to evaluate if we want to collapse our ecosystems (and thereby cripple our agriculture) in 10 or 20 years.

Should the veto grant amnesty to the loggers, or release them from the recovery of riparian areas? Must there be an end of mangroves or a reduction of the legal reserve? Must we weaken the paths or the springs and fountains?

This is not what we should discuss. We have all conditions to lead the transition to sustainable development. Brazil may be for the twenty-first century what the United States was to the world in the twentieth century. What is necessary is an anticipatory vision and the determination to pursue our destiny as a great socioenvironmental power. It is not easy to make the best choice, but it is the pressure of great dilemmas that forges the temper of those who are determined to change the progress of history.

President Dilma will have to decide which model of development she wants for the country. You can not support both the sound of the chainsaw and the song of the uirapuru. Now it falls to her to use her veto power or collude with what has been passed.

It's time for truth. Veto it, Dilma. Veto all of it, not half.

There is a certain wilful illiteracy to this Internet thing. Nevermind that there is little or no understandable english coverage of such an important issue. Even the Guardian (Brazilian congress adopts controversial land use law) translates "Código Florestal / Veta, Dilma," incorrectly as "Forest Code, Veto Dilma". I sent them an email - maybe they will fix it eventually.

Thomas Lovejoy, Marina Silva, Stephen Schneider. Pictured at right is Marina with Stephen Schneider ... some time ago in what I would say were happier days.

In a recent video on YouTube she seems to include herself in the 'terceira idade' category - I didn't think she was so old, whatever ... she's still a beauty to me.

Farmers waiting for the Veto.So ... passed in the Câmara dos Deputados on April 25th, 15 days makes it the 10th of May give or take ... next Thursday or Friday then, maybe get the news the following Monday say, on the 14th?

Elsewhere I read that she has until the 25th - For politicians fifteen days make a month.

Cartoon from J.Bosco.

Be well.

Down.

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