Monday, 21 December 2009

and His name shall be calléd WONderful, COUNsellor

Up, Down.

For unto us a child is born, Handel's Messiah, London Symphony Orchestra.
George Frideric HandelFor unto us a child is born.For unto us a child is born, unto us a son is given: and the government shall be upon his shoulder: and his name shall be called Wonderful, Counsellor, The mighty God, The everlasting Father, The Prince of Peace.
     Isaiah Chapter 9 Verse 6.

for the record I am not comparing Lula to anyone except possibly other politicians of lesser calibre, here is his speech, with english subtitles, provided by the Brazilian wing of TckTckTck, tictactictac, each part is about 10 minutes:
Part 1. Luiz Inácio Lula da Silva discurso em Copenhague dezembro 18 de 2009.
Part 2. Luiz Inácio Lula da Silva discurso em Copenhague dezembro 18 de 2009.
and here is the Original webcast at UNFCCC, and the text (from Estadão):

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009.

Leia na íntegra o discurso de Lula na COP-15

Confira na íntegra o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, feito hoje durante sessão plenária de debate informal na 15ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-15), em Copenhague. O início da fala de Lula foi recuperado pela Agência Estado, pois, por falha técnica, não foi gravado pela Secretaria de Imprensa e Porta-Voz da Presidência da República.

"Senhor presidente, senhor secretário geral, senhores e senhoras chefes de Estado, senhores e senhoras chefes de governo, amigos e amigas.

Confesso a todos vocês que estou um pouco frustrado. Porque há muito tempo discutimos a questão do clima e cada vez mais constatamos que o problema é mais grave do que nós possamos imaginar. Pensando em contribuir para a discussão nesta conferência, o Brasil teve uma posição muito ousada. Apresentamos as nossas metas até 2020.

Assumimos um compromisso e aprovamos no Congresso Nacional, transformando em lei, que o Brasil, até 2020, reduzirá as emissões de gases de efeito estufa de 36,1% a 38,9%, baseado em algumas coisas que nós consideramos importantes: mudança no sistema da agricultura brasileira; mudança no sistema siderúrgico brasileiro; mudança e aprimoramento da nossa matriz energética, que já é uma das mais limpas do mundo, e assumimos o compromisso de reduzir o desmatamento da Amazônia em 80% até 2020.

E fizemos isso construindo uma engenharia econômica que obrigará um país em desenvolvimento, com muitas dificuldades econômicas, a gastar até 2020 US$ 166 bilhões, o equivalente a US$ 16 bilhões por ano. Não é uma tarefa fácil, mas foi necessário tomar essas medidas para mostrar ao mundo de que com meias-palavras e com barganhas, a gente não encontraria uma solução nesta Conferência de Copenhague.

Tive o prazer de participar ontem à noite, até às duas e meia da manhã, de uma reunião que, sinceramente, eu não esperava participar, porque era uma reunião onde tinha muitos chefes de Estado, figuras das mais proeminentes do mundo político e sinceramente, submeter chefes de Estado a determinadas discussões como nós fizemos antes, há muito tempo eu não assistia.

Eu, ontem, estava na reunião e me lembrava do meu tempo de dirigente sindical, quando estávamos negociando com os empresários. E por que é que tivemos essas dificuldades? Porque nós não cuidamos antes de trabalhar com a responsabilidade que era necessário trabalhar. A questão não é apenas dinheiro. Algumas pessoas pensam que apenas o dinheiro resolve o problema. Não resolveu no passado, não resolverá no presente e, muito menos vai resolver no futuro. O dinheiro é importante e os países pobres precisam de dinheiro para manter o seu desenvolvimento, para preservar o meio ambiente, para cuidar das suas florestas. É verdade.

Mas é importante que nós, os países em desenvolvimento e os países ricos, quando pensarmos no dinheiro, não pensemos que estamos fazendo um favor, não pensemos que estamos dando uma esmola, porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gases de efeito estufa feita durante dois séculos por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro.

Não é uma barganha de quem tem dinheiro ou quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério. É um compromisso para saber se é verdadeiro ou não o que os cientistas estão dizendo, que o aquecimento global é irreversível. E de que portanto, quem tem mais recursos e mais possibilidades precisa garantir a contribuição para proteger os mais necessitados.

Todo mundo se colocou de acordo que precisamos garantir os 2% de aquecimento global até 2050. Até aí, todos estamos de acordo. Todo mundo está consciente de que só é possível construirmos esse acordo se os países assumirem, com muita responsabilidade, as suas metas. E mesmo as metas, que deveriam ser uma coisa mais simples, tem muita gente querendo barganhar as metas. Todos nós poderíamos oferecer um pouco mais se tivéssemos assumido boa vontade nos últimos períodos.

Todos nós sabemos de que é preciso, para manter o compromisso das metas e para manter o compromisso do financiamento, a gente em qualquer documento que for aprovado aqui, a gente tem que manter os princípios adotados no Protocolo de Quioto e os princípios adotados na Convenção-Quadro. Porque é verdade que nós temos responsabilidades comuns, mas é verdade que elas são diferenciadas.

Eu não me esqueço nunca que quando tomei posse em 2003, o meu compromisso era tentar garantir que cada brasileiro ou brasileira pudesse tomar café de manhã, almoçar e jantar. Para o mundo desenvolvido, isso era coisa do passado. Para a África, para a América Latina e para muitos países asiáticos, ainda é coisa do futuro. E isso está ligado à discussão que estamos fazendo aqui, porque não é discutir apenas a questão do clima. É discutir desenvolvimento e oportunidades para todos os países.

Eu tive conversas com líderes importantes e cheguei à conclusão de que era possível construir uma base política que pudesse explicar ao mundo que nós, presidentes e primeiros-ministros e especialistas, somos muito responsáveis e que iríamos encontrar uma solução. Ainda acredito, porque eu sou excessivamente otimista. Mas é preciso que a gente faça um jogo, não pensando em ganhar ou perder. É verdade que os países que derem dinheiro têm o direito de exigir a transparência, têm direito até de exigir o cumprimento da política que foi financiada. Mas é verdade que nós precisamos tomar muito cuidado com essa intrusão nos países em desenvolvimento e nos países mais pobres. A experiência que nós temos, seja do Fundo Monetário Internacional ou seja do Banco Mundial nos nossos países, não é recomendável que continue a acontecer no século XXI.

O que nós precisamos ... e vou dizer, de público, uma coisa que eu não disse ainda no meu país, não disse à minha bancada e não disse ao meu Congresso: se for necessário fazer um sacrifício a mais, o Brasil está disposto a colocar dinheiro também para ajudar os outros países. Estamos dispostos a participar do financiamento se nós nos colocarmos de acordo numa proposta final, aqui neste encontro.

Agora, o que nós não estamos de acordo é que as figuras mais importantes do planeta Terra assinem qualquer documento, para dizer que nós assinamos documento. Eu adoraria sair daqui com o documento mais perfeito do mundo assinado. Mas se não tivemos condições de fazer até agora - eu não sei meu querido companheiro Rasmussen, meu companheiro Ban Ki-moon - se a gente não conseguiu fazer até agora esse documento, eu não sei se algum anjo ou algum sábio descerá neste plenário e irá colocar na nossa cabeça a inteligência que nos faltou até a hora de agora. Não sei.

Eu acredito, como eu acredito em Deus, eu acredito em milagre, ele pode acontecer, e quero fazer parte dele. Mas para que esse milagre aconteça, nós precisamos levar em conta que teve dois grupos trabalhando os documentos aqui, que nós não podemos esquecer. Portanto, o documento é muito importante, dos grupos aqui.

Segundo, que a gente possa fazer um documento político para servir de base de guarda-chuva, também é possível fazer, se a gente entender três coisas: primeiro, Quioto, Convenção-Quadro, MRV, não podem adentrar a soberania dos países - cada país tem que ter a competência de se autofiscalizar - e, ao mesmo tempo, que o dinheiro seja colocado para os países efetivamente mais pobres.

O Brasil não veio barganhar. As nossas metas não precisam de dinheiro externo. Nós iremos fazer com os nossos recursos, mas estamos dispostos a dar um passo a mais se a gente conseguir resolver o problema que vai atender, primeiro, a manutenção do desenvolvimento dos países em desenvolvimento. Nós passamos um século sem crescer, enquanto outros cresciam muito. Agora que nós começamos a crescer, não é justo que voltemos a fazer sacrifício.

No Brasil ainda tem muitos pobres. No Brasil tem muitos pobres. Na África tem muitos pobres. Na Índia e na China tem muitos pobres. E nós também compreendemos o papel dos países mais ricos. Eles, também, não podem ser aqueles que vão nos salvar. O que nós queremos é apenas, conjuntamente, ricos e pobres, estabelecermos um ponto comum que nos permita sair daqui, orgulhosamente, dizendo aos quatros cantos do mundo que nós estamos preocupados em preservar o futuro do planeta Terra sem o sacrifício da sua principal espécie, que são homens, mulheres e crianças que vivem neste mundo.

Muito obrigado."
 













Mister President, Mister Secretary General, gentlemen and ladies heads of state, gentlemen and ladies heads of government, friends.

I confess to all of you that I am a little frustrated. Because we have been arguing about the question of climate for a long time and each time we again confirm and agree that the problem is graver than we can imagine. Thinking to contribute to the discussion at this conference, Brazil has taken a daring position. We present our goals for 2020.

We have undertaken a promise and approved it in the national Congress, making it into a law, that Brazil, by 2020, will reduce emissions of greenhouse gasses by between 36.1% and 38.9%, based on factors which we consider important: changes to the Brazilian agricultural system; changes to the Brazilian steel industry; changes and improvements to our energy grid, which is already one of the cleanest in the world; and we have undertaken the promise to reduce deforestation in the Amazon by 80% by 2020.


And we did this by constructing an economic structure which will oblige a developing country, with many economic difficulties, to spend 166 billion $US by 2020, the equivalent of 16 billion $US per year. This is not an easy task, but it was necessary to take these measures to show to the world that with half-hearted words and bargaining we will not find a solution at this conference in Copenhagen.

Last night I had the pleasure of participating, until two-thirty in the morning, in a meeting, which, to be truthful, I did not expect to attend, because it was a meeting where there were many Heads of State, the most prominent figures in the political world, and sincerely, to submit Heads of State to pointed discussions as we did before, it has been a long time since I attended such a meeting.

Yesterday I was at the meeting and I was remembering my time as a union leader, when we would be negotiation with business owners. And why should we have had such difficulty? Because we did not take care to work beforehand with the responsibility necessary for such work. The question is not only about money. Some people think that just money will resolve the problem. It did not resolve it in the past, it will not resolve it in the present, and will resolve it even less in the future. Money is important and poor countries need money to continue developing, to preserve the environment, and to preserve their forests. That's true.


But it is important that when we. the developing countries and the rich countries, think of money, that we do not think that we are doing a favour, that we do not think we are giving alms to the poor, because the money that will be put on the table is the payment for emission of greenhouse gasses during two centuries by those who had the privilege of industrializing first.

It is not bargaining about who has money and who does not have money. It is a much more serious engagement. It is a pledge to know if it is true or not what the scientists are saying, that global warming is irreversible. And therefore, who has more resources and more possibilities must guarantee a contribution to protect the neediest.


Everyone is in agreement that we need to guarantee no more than 2 degrees of warming by 2050. That far we are in agreement. Everyone is aware that we will only be able to build this agreement if countries take on, with grave responsibility, their goals. And even the goals, which should have been a simple thing, there are many of us wanting to bargain about goals. All of us could have offered a little more if we had acted with good will in the last stages of negotiation.

All of us know what is needed, to support promised goals and to support financial pledges, in whatever document which may be approved here, we must support the principles adopted in the Kyoto Protocol and the principles adopted in the United Nations Framework Convention. Because it is true that we have common responsibilities, and it is true that they are differentiated.


I never let myself forget that when I took power in 2003 my promise was to try to guarantee that every Brazilian man and woman would be able to have breakfast, lunch and supper. In the developed world this is a thing of the past. For Africa, for Latin America, and for many countries in Asia, it is still a thing of the future. And this is linked to the discussion we are having here, because we are not only arguing the question of climate. We are arguing about development and opportunites for all countries.

I had conversations with important leaders and I came to the conclusion that it was possible to build a political base that would be able to explain to the world that we, presidents and first-ministers and specialists, are very responsible and the we are going to find a solution. I still believe this, because I am an excessively optimistic person. But we have to play this game without thinking of winning and losing. It is true that countries which give money have the right to demand transparency, have the right even to demand proofs of the politics that were financed. But it is true that we must be very careful with this intrusion on developing countries and on the poorest countries. The experience that we have in our countries, whether it be the International Monetary Fund or the World Bank, it is not recommended that this continue in the 21st century.


What we need ... I am going to say something, in public, which I have not yet said in my country, have not said to my party and have not said to my Congress: if it were necessary to make yet another sacrifice, Brazil is inclined to give money as well to help other countries. We are inclined to participate in the financing if we place ourselves in accord with a final agreement, here at this meeting.

Now what we are not in agreement with is that the most important figures of the planet Earth will sign some document just to say that we have signed a document. I would love to leave here having signed the most perfect document in the world. But if we have not been able to accomplish it until now - my dear colleague Rasmussen and my colleague Bab Ki-moon I just don't know - if we have not succeeded in creating this document until now, I don't know if some angel or some wise man will descend into this meeting room and will put into our heads the intelligence that we have been missing until this very hour. I do not know.

I believe, as I believe in God, I believe in miracles, it could happen, and I want to be a part of it. But in order for this miracle to occur we need to take into account that there were two groups working on documents here, and we cannot forget. Therefore, the document is very important to the groups here.

Also, we could make a political document to serve as the basis of an umbrella, it is also possible to do that, if we understand three things: first, Kyoto, the United Nations Framework Convention, MRV (Measurement, Reporting and Verification), we cannot intrude on the sovereignty of countries - each country has to have the capability of regulating itself - and, at the same time, that money will be provided to the poorest countries.

Brazil did not come here to bargain. For our goals we don't need any external money. We will achieve them with our own resources, but we are inclined to go a step farther if we are able to resolve the problem that will be waiting, most importantly, maintaining development in developing countries. We passed a century without growing while others grew very much. Now that we are starting to grow it is not fair that we return to making sacrifices.

There are still many poor people in Brazil. Brazil has many poor people. In Africa there are many poor people. In India and China there are many poor people. And we also understand the role of the richest countries. They cannot be what will save us. What we want is simply, that together, rich and poor, we establish a common point that will let us leave here, proudly, saying to the four corners of the world that we are concerned with preserving the future of the planet Earth without sacrificing its primary scecies, which are the men, women and children who live in this world.

Thankyou very much."

and for those of you who may not like Handel that much, ladies and Gentlemen, The Rolling Stones: It's Only Rock And Roll (But I Like It), what the hell ... here's a few for ya' Stevie Ray Vaughan - Texas Flood, JJ Cale & Eric Clapton - After Midnight, and finally Bob Dylan - The Lone Pilgrim.

The same hand that led me through scenes most severe, has kindly assisted me home.

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